18 de julho de 2006

Dozo - Façam favor




Com receio que o tema treino complementar peque por generalista, onde o mais importante seria a abordagem individualizada, venho disponibilizar-me para proporcionar qualquer esclarecimento ou sugestão, relativo este tema, através do e-mail: nunogomesricardo@hotmail.com

Será também uma oportunidade para identificar as dúvidas ou questões mais frequentes e pertinentes, para posterior abordagem neste espaço.

7 de julho de 2006

Treino complementar 6 – considerações finais

(foto retirada da revista Kendo Nihon)

Não me levem a mal aqueles que, muitas das vezes, nem tempo têm para treinar no dojo mas devo dizer, a título teórico, que a situação ideal, no que respeita ao treino complementar, seria a conjugação dos quatro tipos de treino que mencionei: aeróbio, força, específico (no dojo) e flexibilidade.

Todavia devo reforçar a importância do treino aeróbio dizendo que, se tiverem que optar apenas por um tipo de treino complementar, optem pelo treino de resistência de base, pelas razões anteriormente referidas. Não faz sentido iniciar um esquema elaborado de treino, por exemplo, da força ou da tolerância láctica sem bases fisiológicas para tal. Essa atitude poderá até ser contraproducente.

Relativamente ao treino da força e da flexibilidade devem obter ajuda de um técnico credenciado, devido ao risco de ocorrência de diversos tipos de lesões.

6 de julho de 2006

Treino complementar 5 – o treino da flexibilidade


Odiado por muitos, o treino da flexibilidade é muito importante dado que concorre para melhores níveis de desempenho.

O treino desta capacidade física permite uma melhoria na capacidade de execução, corrige problemas posturais, proporciona relaxamento e previne variados tipos de lesões.

Não se confunda, porém, treino da flexibilidade com alongamentos. Para que haja uma melhoria dos níveis de flexibilidade é necessário realizar alongamentos de uma forma sistemática, por exemplo: 3 séries de 1 minuto para cada músculo, com um intervalo de 30 segundos entre séries. Os alongamentos que usualmente realizamos nos treinos servem apenas como aquecimento ou retorno à calma, não permitindo o desenvolvimento desta capacidade.

Este treino deve ser realizado após um ligeiro aquecimento e sem fadiga, ou seja nunca no final de um treino.

Treino complementar 4 – o treino da força














O treino da força, vulgarmente chamado de musculação, é um excelente complemento ao treino de Kendo uma vez que, ao contrário do que se pensa, o treino com pesos não “prende” os movimentos nem os torna mais lentos. Embora existam métodos de treino para a velocidade e a força explosiva com pesos, devemos começar sempre pelo treino da força máxima, dado que os primeiros métodos são muito violentos e requerem uma boa base de desenvolvimento muscular.

Um aumento dos níveis de força traduz-se, regra geral, num aumento relativo da velocidade de execução. Para além disso a musculação é um excelente meio de prevenção de lesões porque não só os músculos mas também os ossos, os tendões e os ligamentos são fortalecidos.

Por ser um esforço muito específico o treino da força deve ser realizado no mínimo três vezes por semana, independentemente do número de treinos de Kendo realizados.

A prática deste tipo de treino requer a assistência de um técnico, uma vez que é muito fácil cometer erros, quer de execução quer de planeamento, que podem facilmente conduzir a lesões.


Treino complementar 3 – os jogos colectivos















Os jogos colectivos podem também constituir uma boa opção enquanto complemento ao Keiko. Todavia devem respeitar os mesmos critérios de duração do treino aeróbio (45 minutos a 1 hora).

Estas actividades são normalmente caracterizadas por um esforço intermitente, ao contrário do exercício aeróbio que é essencialmente contínuo, logo aproximam-se mais do tipo de esforço realizado no dojo. Contudo são actividades mais violentas em termos musculares e articulares.

Por estas razões, e repito, quem se inicia numa actividade complementar ao Keiko deve começar pela resistência de base.

5 de julho de 2006

Treino complementar 2 - o treino aeróbio



O exercício aeróbio, como já foi referido, é aquele que envolve uma percentagem grande da massa muscular e é executado a uma intensidade que permita a ressíntese de ATP na presença de oxigénio. Deve no entanto ter a duração adequada de forma a proporcionar um estímulo suficiente para causar adaptações fisiológicas. Assim este tipo de actividades deve ser praticado durante, no mínimo, 30 minutos (se possível 45 minutos a 1 hora) a uma intensidade que, mesmo que existam variações de intensidade, não obrigue a pausas.
São exemplos: a corrida, o ciclismo, a natação, etc.

Não hesito em dizer que este tipo de treino é o mais indicado, para a maioria dos kendoka, como complemento ao Keiko. Não porque o tipo de esforço seja parecido com o realizado no dojo mas porque cria bases fisiológicas para a evolução de outras capacidades. Isto é mais verdade para aqueles que nunca complementaram o Keiko com outra actividade.

O treino aeróbio aumenta a chamada resistência de base, previne as doenças cardiovasculares, normaliza os valores de pressão arterial, optimiza o funcionamento cardíaco e respiratório, reduz o colesterol, melhora a resistência psíquica ao esforço e reduz o risco de desenvolver cancro do cólon e da mama e de desenvolver diabetes.

Para aqueles que esperavam algo mais específico em termos de treino complementar devo dizer: paciência. Comecemos pela base e a base é a capacidade aeróbia. Não se esqueçam que por muito evoluída que esteja a metodologia do treino não há treino mais específico que aquele que desenvolvemos no dojo, pois este utiliza movimentos, recursos energéticos e psicológicos específicos da modalidade que praticamos.